sábado, 14 de março de 2009

M66 - Fotos de instrução do C.I.O.E. nos anos 60 (RANGER Henriques)

Fotos de instrução normal de infantaria, no C.I.O.E. anos 60, cedidas pelo RANGER Henriques.
O curso de Operações Especiais/RANGERS, inclui a instrução normal de infantaria e o curso propriamente dito.
Vários candidatos a RANGERS, costumam perguntar-nos, amiudemente, em que consta a instrução das Operações Especiais/RANGERS.
Querem com certeza saber pormenores do curso.
Houve em tempos um ex-Furriel Miliciano RANGER, que me disse em amena conversa sobre a matéria que, divulgar aspectos por mínimos que sejam, da instrução do curso e, especialmente das Operações Especiais, devia ser considerado alta traição à Pátria.
- Porquê, perguntei eu?
- Porque tal deve constituir tabu. Imagina o que é divulgar a estratégia de instrução e a mesma ser lida, e praticada na prática por grupos inimigos. Gostavas de combatê-los de igual para igual?
Se isto me fosse dito por alguém estranho ou "suspeito", poderia considerar-se um qualquer devaneio ou eventual paranóia!
Mas não, obriga-nos a pensar!
Ser RANGER, como dizem alguns, é um modo de estar na vida, ou é uma qualidade/virtude complementar de educação e treino, que se adquire para o resto das nossas vidas, e que, instintivamente, aplicamos e praticamos no dia a dia, mesmo depois, na vida civil, para o bem e para o mal.
Dadas as elevadas exigências de equilíbrio psíquico e preparação física, não é RANGER qualquer um.
Só o é quem quer e muito mais... quem pode!
Além disso, o candidato tem que ter Vontade e Valor que baste, aliados a um grande espírito de sacrifício pessoal.
Outro velho RANGER, disse-me um dia:
- Imagina o pessoal de um curso nosso facilitado/abandalhado, ser chamado a cumprir uma missão de alto risco onde quer que seja, com inimigos daqueles a sério que atiram a matar. O pessoal mal treinado vai e é todo chacinado, sem provocar danos significativos entre as hostes inimigas. Como é depois?
Por isso, pesando todos os factores em jogo na actual conjuntura mundial, quando me perguntam o que eu penso, não estando felizmente o nosso país em guerra, e Deus o permita nunca mais o esteja, digo:
- O amanhã ninguém sabe o que será. Assim, tal como se exigia "ontem" em tempo de guerra, dadas as eventuais probabilidades de, a qualquer momento, Portugal ou a Europa a que pertencemos, entrar em conflito, devem os responsáveis máximos da Nação, manter o implacável e rigoroso treino, constante e devidamente modernizado.

2 comentários:

Julio Vilar pereira Pinto disse...

Ao rever estas fotos recordo o tempo duro que passei no CIOE antes de ir para Angola.
Não há dúvida de que a preparação que tinhamos em Lamego era dura mas, passado este tempo, recknheço que era necessária, pena é que na altura não fossem preparadas Companhias, como se fazia com os Comandos. Mesmo assim foi aqui que tive contacto com G3, com Lança Chamas, com bazucas, aprendi a trabalhar com diversos explosivos e com detonadores, foi a primeira vez que atirei granadas.
Além disso fiz um mini cruzeiro no Douro e meus amigos, vinha num barco A23 de borracha e com vinte e três maduros lá dentro, muitos não sabiam nadar, fomos informados que ao chegar perto da Régua deviamos levar o barco para o margem direita para fugir a um rápido do lado esquerdo, dito e feito lá entramos pelo lado esquerdo, começamos a ganhar velocidade , qual formula um, passamos o cais da Régua e já havia pessoas com as mãos na cabeça então cá o boy teve a ideia luminosa mas arriscada de meter o remo ao contario e o barco atravessou-se, felizmente a maior parte do barco saíu do rápido. Lá viemos calmamente rio acima até ao cais, correu bem.

Julio Vilar pereira Pinto disse...

Volto outra vez par dizer que o Capitão que era o responsável pela instrução das O.E. era o capitão Gomes que depois do 25 de Abril foi Governador Civil de Braganmça.
O homemera duro à brava.
O nosso aquartelamento era em Santa Cruz. Em Penude estava a formar a sua Companhia de Comandos o Capitão Saraiva, quie era um ás em tiro institivo.